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Enquanto a maioria dos participantes do mercado aguarda com firmeza a subida do Bitcoin acima dos 120.000 dólares, o diretor de investimento da Ledn, John Glover, está a arrefecer o seu entusiasmo. Depois de analisar o que acredita ser a quinta vaga de Elliott concluída, o especialista alerta que a tendência de alta já se esgotou e que uma fase de baixa está para vir, arrastando potencialmente o preço para os 70.000-80.000 dólares. Refere que a queda abaixo dos 108.000 dólares confirmou uma quebra de momentum, e uma série de tentativas frustradas de consolidação acima dos 125.000 dólares foi o "prego final" na construção otimista.
O cenário de Glover baseia-se num padrão clássico: o pico ocorre 12 a 18 meses após o halving, e o ciclo atual ajusta-se à geometria histórica. O analista acredita que o mercado se corrigirá até ao final de 2026, eliminando gradualmente as posições sobreaquecidas. Cita o prémio dos contratos de opções de venda (puts) de proteção com vencimento no outono de 2026 como um indicador precoce — já está a superar o preço das opções de compra (calls), sinalizando uma mudança de sentimento em direção ao hedge.
Michael van de Poppe, estratega sénior da Galaxy Research, opõe-se a isto. Vê uma fase de "respiração profunda" em vez do fim do ciclo, apontando para entradas constantes em ETFs à vista e uma redução da oferta nas carteiras dos mineiros. Segundo ele, se o Bitcoin se mantiver acima dos 110.000 dólares até ao final de novembro, a janela para os 140.000 dólares será reaberta. No entanto, até van de Poppe admite que uma queda abaixo dos 105 mil dólares fortalecerá o cenário de baixa e obrigará as instituições a afastarem-se temporariamente.
Ling Zhou, economista-chefe da Amberdata, também concorda com os céticos. Aponta para a dinâmica do índice MVRV, que caiu abaixo de 1,5 pela primeira vez desde fevereiro. "Historicamente, estes níveis antecipam períodos prolongados de estabilidade ou tendência de queda", afirma Zhou, acrescentando que os investidores entraram numa fase de poupança de lucros.
O quadro técnico corrobora as opiniões contraditórias: o canal ascendente desde dezembro de 2024 foi rompido em baixa durante vários dias, mas o volume de queda parece modesto, deixando a possibilidade de uma falsa rutura. O nível-chave de 102.500 a 103.000 dólares coincide com a zona de grandes apostas em derivados e servirá como um teste decisivo para a força dos touros. À medida que o preço se mantém nos 111.000 a 112.000 dólares, ambos os lados estão a reunir os seus argumentos, e cada nova declaração de especialista é imediatamente refletida nos candlesticks.
Ao mesmo tempo, o interesse em opções de longo prazo está a crescer: a procura por contratos com uma taxa de 150.000 dólares em dezembro de 2026 sobrepõe-se à compra de puts de segurança a 60.000 dólares. A amplitude das expectativas pinta um diagrama de incerteza, onde qualquer sinal macro pode desencadear um movimento brusco.