Tether Expande Horizontes: Do USDT a um Ecossistema de Mineração e Processamento de Dados

Mike Smith 2025-06-10

A Tether, emissora da maior stablecoin, a USDT, anunciou um passo ambicioso que vai muito além das suas atividades habituais. O CEO da empresa, Paolo Ardoino, anunciou o desenvolvimento do seu próprio sistema operativo para a mineração, o Mining OS (MOS), e planeia abrir o seu código-fonte à comunidade até ao final de 2025. Este passo marca uma significativa diversificação do negócio e um desejo de ocupar novos nichos tecnológicos.

A principal característica do MOS é a sua arquitetura modular. Os utilizadores poderão configurar o sistema de forma independente, escolhendo apenas os componentes necessários, o que o torna igualmente adequado tanto para entusiastas com um pequeno parque de equipamentos como para explorações mineiras industriais que operam "centenas de milhares" de dispositivos. De acordo com a Ardoino, o sistema operativo já inclui suporte para uma vasta gama de modelos populares de mineiros. Além disso, o MOS inclui plugins para uma integração profunda com a infraestrutura relacionada – desde sistemas de alimentação e refrigeração a termóstatos e outros dispositivos auxiliares, o que permite a criação de um único centro de controlo para todo o complexo.

No entanto, o verdadeiro potencial do Mining OS é revelado na sua sinergia com outro projeto inovador da Tether – a plataforma de computação QVAC (QuantumVerse Automatic Computer). Está previsto que o MOS sirva como fonte de dados para o QVAC. Esta poderosa ferramenta analítica irá recolher e processar informações de bases de dados geradas pelo sistema operativo para uma otimização profunda do desempenho e relatórios detalhados. Isto permitirá não só gerir os equipamentos, mas também aumentar a sua eficiência com base em análises de dados aprofundadas.

O lançamento da plataforma QVAC foi anunciado em meados de maio. A Tether posiciona-a como base para a execução de aplicações altamente escaláveis ​​e autónomas diretamente em dispositivos locais, sem a necessidade de estar ligada a serviços de cloud centralizados. Anteriormente, Ardoino enfatizou em entrevista à Forbes que a empresa tem como objetivo criar uma alternativa descentralizada e orientada para a privacidade às grandes plataformas de cloud, que exigem frequentemente que os utilizadores cedam as questões de privacidade. A nova plataforma foi concebida para funcionar com dispositivos de praticamente qualquer gama de preços — "desde 30 dólares a um iPhone, um telefone Android e qualquer portátil".

A decisão de tornar público o código-fonte do MOS é uma medida estratégica que visa ganhar confiança e estimular uma ampla adoção. Ardoino observou que este processo exige uma preparação significativa. "Para disponibilizar o código-fonte do projeto, a nossa equipa terá de escrever uma grande quantidade de documentação, manuais e preparar repositórios para uso público. A previsão de publicação é o quarto trimestre de 2025", disse.

Esta medida pode não só alterar o equilíbrio de poder no mercado de software de mineração, mas também tornar-se um precedente para outros grandes players da indústria das criptomoedas. Demonstra claramente que o futuro está na criação de ecossistemas complexos e interligados, e não na dominância de um único produto, embora muito bem-sucedido.